Reportagem do jornal O Diário do Norte do Paraná publicada hoje - Impasse esquenta clima no diretório municipal do PMDB

Matéria de Vanda Munhoz

A decisão da Executiva Estadual do PMDB de determinar eleições para presidência do partido no dia 17 de julho aumenta os conflitos internos na sigla em Maringá. O PMDB nacional prorrogou o mandato dos presidentes municipais até 2013.

O Diretório Estadual atendeu a determinação, mas fez uma ressalva para as cidades em que há insatisfação de filiados e dirigentes, fixando data para eleição para presidente, como é o caso de Maringá.

Segundo informações de filiados do partido, três chapas concorrerão à direção da legenda na cidade. O PMDB quer lançar candidatura própria nas eleições municipais de 2012.

O atual presidente do partido, Umberto Crispim de Araújo, contesta a determinação de eleição em Maringá e avisa que está conversando com a Executiva Estadual da legenda.

"A realidade é uma só: a decisão (de prorrogar o mandato dos atuais presidentes municipais) é do Diretório Nacional. Vamos ver como fica essa questão no âmbito jurídico", declara Crispim.

Ele não confirma se vai se candidatar à reeleição em julho. "Não vou falar sobre hipóteses, só quando houver coisa concreta". Questionado sobre o lançamento de outros dois candidatos à presidência do partido, foi enfático: "Não acho nada".


Concorrentes

Embora Crispim negue que participará como candidato à reeleição, informações de filiados dão contas de que ele tem a intenção de concorrer com a chapa "Michel Temer" (vice-presidente do Brasil e presidente nacional do PMDB); outra chapa, intitulada "Renovação", é encabeçada pelo vereador Mário Hossokawa, presidente do Legislativo maringaense; a terceira é denominada "Mudança Já", e é comandada por Cláudio Ferdinandi, diretor-presidente do Cesumar.

Enquanto Crispim diz que é preciso respeitar a decisão do diretório nacional de prorrogar os mandatos municipais, o peemedebista Mário Hossokawa, presidente da Câmara de Vereadores, diz que é preciso oxigenar o partido.

Candidato declarado à presidência da sigla, ele critica os rumos que o PMDB tomou nos últimos anos. "Concorro pensando em dar uma oxigenada no partido", anuncia, frisando que o PMDB tem perdido a importância na cidade.

"Queremos devolver o mando do partido aos filiados. Em Maringá, há cerca de 7 mil filiados, mas na última convenção compareceram cerca de mil pessoas", descreve.

O outro candidato, Ferdinandi, conta que está há 40 anos no partido e que nunca pensou em ser candidato a prefeito. "Pretendo simplesmente resgatar as origens do partido", assegura. Ele frisa que o PMDB precisa se renovar.

"A essência da democracia é a rotatividade no poder", declara, ao analisar o trabalho da atual diretoria do partido. "Queremos que o PMDB ganhe rumo próprio e não fique sempre a mercê de outro partido".

Representatividade
O PMDB conta atualmente com dois vereadores na Câmara de Maringá: Mário Hossokawa e John Alves Correa.